Robusto, confiável e de grande precisão, o Mauser foi mais do que uma arma — foi um marco na modernização das Forças Armadas do Brasil e uma peça central na formação de militares durante décadas.
Seguindo a tendência global de modernização dos armamentos, em 1894, o Brasil adquiriu fuzis Mauser modelo 1894, e logo em seguida passou a utilizar o modelo Mauser 1908, produzido inicialmente na Alemanha.
Esse último se tornaria o fuzil padrão do Exército Brasileiro por mais de meio século. Fabricado com a clássica ação por ferrolho e alimentado por carregadores de 5 cartuchos, o Mauser brasileiro utilizava o potente projetil calibre 7×57mm Mauser, conhecido pela sua precisão e capacidade de penetração.
O sucesso do Mauser no Brasil não foi por
acaso. Sua estrutura sólida, mecanismo simples e confiável, acompanhado de sua tradicional baioneta, o tornavam ideal para as mais diversas condições do território nacional — do sertão nordestino às matas amazônicas.
Além disso, o calibre da arma oferecia um bom equilíbrio entre alcance, recuo e letalidade, sendo eficaz tanto em combate convencional quanto em ações de patrulhamento e defesa territorial.
O Mauser teve presença marcante em diversos momentos da história brasileira:
- Foi utilizado nos movimentos Tenentistas e nas revoluções de 30 e 32,conflitos internos que moldaram a política nacional;
- Equipou soldados brasileiros na Segunda Guerra Mundial, inclusive os da Força Expedicionária Brasileira (FEB), embora ali já começasse a ser substituído pelo fuzil semiautomático M1 Garand, cedido pelos Estados Unidos.
- Nos anos seguintes, o Mauser permaneceu como o principal armamento de treinamento e de uso em quartéis por todo o país até a década de 1970.
Com o passar do tempo, a arma foi gradualmente substituído por armas mais modernas, como o FAL (Fuzil Automatique Léger) de fabricação belga, adotado a partir dos anos 1960.
No entanto, o Mauser deixou uma marca indelével na história militar brasileira - hoje, ele é peça de museu, objeto de coleção e memória viva de um tempo em que a engenharia alemã se aliava à realidade tropical.
Algumas versões do Mauser foram produzidas sob licença no Brasil, pela Fábrica de Itajubá (IMBEL), o que demonstra a importância estratégica que o país atribuía a esse armamento.