domingo, 2 de dezembro de 2018

TAMBÉM NO BRASIL CRESCE O NÚMERO DE BICICLETAS ELÉTRICAS

Recentemente falamos do crescimento do mercado de bicicletas elétricas nos Estados Unidos. 

Em nosso pais o fenômeno começa a se repetir: veterano no segmento de bicicletas – seu pai fundou a Caloi em 1945, o empresário Bruno Antonio Caloi Jr.,  mais conhecido por Tito (foto ao lado), vai inaugurar em breve uma fábrica na Zona Franca de Manaus para produção de modelos elétricos. Orçada em R$ 10 milhões, terá capacidade inicial para 3 mil unidades ao ano.


O segmento de e-bikes no Brasil hoje é apenas um nicho, com participação de 0,35% das vendas totais. Investidores, contudo, apostam em comportamento similar ao que ocorre na Europa, que vem crescendo nos últimos dez anos e hoje responde por 30% a 40% das vendas. “Achamos que essa tendência vai chegar aqui e quem estiver pronto para atender a essa demanda sairá na frente”, afirma Tito.

Tito produz bicicletas tradicionais em Mococa  com as marcas Tito – criada depois da venda da Caloi em 1999 –  e Groove, que serão mantidas nos modelos elétricos. Antes de iniciar a produção em série, 120 unidades foram montadas para teste e 90% delas foram vendidas a preços a partir de R$ 6,5 mil.


Caloi E-Vibe
A  Caloi, agora pertencente ao grupo canadense Dorel, desenvolve em parceria com a japonesa Shimano – maior fornecedora global de peças – uma versão elétrica com preço  acessível, na faixa de R$ 4 mil, para ser vendida também a partir do ano que vem. A empresa detém mais de 50% do mercado e deve produzir este ano cerca de 600 mil bicicletas na Zona Franca. A participação das elétricas ainda é pequena, mas o grupo já tem dois modelos que começaram a ser produzidos em 2017 e custam R$ 8 mil (urbana) e R$ 13 mil (mountain bike). 


A expectativa de crescimento do mercado brasileiro é compartilhada por outros empresários que estão iniciando ou ampliando produção. A Empresa Brasileira de Mobilidade Sustentável (EBMS) iniciou em março a montagem de bicicletas elétricas da marca Pedalla em São Bernardo do Campo,  com investimento da ordem de R$ 15 milhões. 


A Pedalla E-Utille
A capacidade  inicial é de cerca de 7 mil unidades ao ano, mas o objetivo futuro é passar de 20 mil. A maioria dos componentes será inicialmente importada, estratégia também usada pelos demais produtores que se queixam do preço e da falta de oferta local. Não há, por exemplo, fabricante de motores e baterias de lítio no País. Os modelos disponíveis da Pedalla custam de R$ 4 mil a R$ 9 mil (versões urbanas) e R$ 6,5 mil (fat bike para uso misto). 


Estudo divulgado recentemente pela associação dos produtores de bicicletas,  prevê para 2018 vendas de 31 mil bicicletas elétricas, número pequeno em relação às vendas de modelos tradicionais, mas 70% superior ao de 2017. A entidade projeta crescimento constante até 2022, quando deve atingir vendas de 280 mil unidades, ou 6,6% do mercado total de duas rodas.