terça-feira, 6 de setembro de 2016

GAMES NÃO SÃO APENAS PASSATEMPO

Óculos 3D, joystick e um desafio: passar de fases sem nenhum ou com o menor número de erros possível. 

Essa é a descrição do game utilizado para treinamentos e aplicação de conceitos de segurança, em implantação pela Gerdau, empresa líder do segmento de aço no país. 

A inovação surgiu com o objetivo de modernizar os treinamentos da certificação obrigatória de Análise Preliminar de Riscos (APR) e tem como foco a eficiência e a facilidade de assimilação de suas práticas pelos operadores das usinas. 

Os exercícios, que demoravam uma hora e meia para serem aplicados da maneira tradicional, em sala com papel e caneta, agora são realizados em 18 minutos por um jogo de realidade virtual.

"A gamificação utiliza técnicas e processos no desenvolvimento de jogos em diversos contextos. A jogabilidade permite que o conteúdo seja absorvido naturalmente e seus resultados sejam potencializados", explica Luiz Barna, professor da Faculdade Cásper Líbero, de São Paulo.

O jogo funciona assim: com os óculos, o participante enxerga um ambiente que simula a oficina que irá trabalhar. Utilizando o joystick, ele se move com o objetivo de identificar os riscos que estão envolvidos nas atividades não corriqueiras dentro da sua área. Ao longo do treinamento, o usuário passa por fases e perde pontos caso se esqueça de algum requisito de segurança. O resultado aparece na tela do celular do supervisor.

A gamificação permite, em um só processo, trabalhar três aspectos: o conhecimento, a habilidade e a atitude. "A possibilidade de visualizar os cenários e propor soluções por meio do treinamento em realidade virtual, nos permite absorver o conteúdo de forma mais rápida, além de aumentar a percepção de segurança nos processos diários. Dessa forma, sabemos exatamente como prevenir possíveis riscos na operação", comenta Jonatan Menezes, um dos primeiros operadores  a realizar o treinamento.

Segundo o vice-presidente da Gerdau, Francisco Fortes, os resultados já são percebidos na aplicação da certificação para colaboradores da empresa. "Ao utilizar um conteúdo interativo, o colaborador vivencia a situação proposta, o que torna o treinamento ainda mais efetivo. Além disso, a ferramenta traz mais agilidade na avaliação, já que diminui a necessidade de aulas e provas sobre o tema", salienta Fortes.