quarta-feira, 23 de outubro de 2019

O BURACO NA CAMADA DE OZÔNIO ESTÁ DIMINUINDO

Segundo a NASA e a NOAA, agência governamental norte-americana que monitora as condições dos oceanos e da atmosfera, o buraco na camada de ozônio sobre a Antártica foi neste ano o menor já registrado desde 1982.

O ozônio é uma molécula composta por três átomos de oxigênio (O3). A cerca de 40 km de altura estas moléculas formam uma camada  que envolve nosso planeta e nos protege da radiação ultravioleta do sol, que em excesso pode causar queimaduras, câncer de pele ou catarata.

O buraco se forma sobre a Antártica  entre os meses de setembro e o início de dezembro, e desaparece quase que completamente durante o inverno. 

É causado pela interação da luz solar e ar
mais quente da atmosfera com partículas de CFCs (Clorofluorcarbonos), gases que eram largamente usados na produção de aerosóis e sistemas de refrigeração, inclusive geladeiras domésticas. Embora sua produção e uso tenha sido banida por um acordo internacional, o Protocolo de Montreal, em 1989, ainda há produção e comercialização clandestina dos mesmos.

Além disso, estes gases permanecem muito tempo na atmosfera, o que  explica o fato de continuar interagindo  com a camada de ozônio - acredita-se que apenas em 2075 o nível de ozônio voltará ao nível de 1982.

Neste ano o tamanho máximo do buraco foi de 16,4 milhões de quilômetros quadrados, enquanto o tamanho médio tem sido 20,7 milhões de quilômetros. É o menor buraco desde que o fenômeno foi descoberto, em 1982. 

Isso não significa que a camada de ozônio esteja se recuperando rapidamente: segundo a NASA e a NOAA, o motivo da diminuição foram padrões climáticos anormais na estratosfera neste ano, que levaram a temperaturas mais altas que o normal.

Estes padrões são incomuns, mas não inéditos: condições similares ocorreram em 1988 e 2002. Os cientistas não sabem pelo que são causadas, mas até o momento não há uma relação direta entre elas e as mudanças climáticas que ocorrem em nosso planeta.

Em 2009, a NASA conduziu uma simulação para estudar como a camada de ozônio estaria atualmente caso o Protocolo de Montreal não tivesse acontecido. A simulação mostrou que, nesse caso, em 2015 a Terra já não teria quase nenhuma camada de ozônio, e ficar exposto ao sol por apenas 10 minutos seria suficiente para causar "queimaduras notáveis".

É mais um exemplo que mostra como a luta continua pela melhoria das condições ambientais vale a pena e é obrigação de todos.