O tenente-coronel do exército americano
David Franklin Slater, que servira na Alemanha e no Afeganistão, foi para a reserva e passou a prestar serviços à força aérea daquele país.
Slater trabalhava em uma área em que eram acompanhados
aspectos relativos à guerra na Ucrânia e ali tinha acesso a documentos que eram
classificados como “Top Secret”.
Em 2 de março passado, Slater foi preso, acusado de “transmitir a uma pessoa não
autorizada informações classificadas
relacionadas à defesa nacional” – em linguagem corrente, isso significa
algo como espionagem.
E quem era essa pessoa? Era alguém que se passava por uma
mulher ucraniana que Slater conhecera através de uma plataforma de namoro
online e com a qual mantinha contatos por e-mail e por um aplicativo de
mensagens.
Durante esses contatos, entre outras coisas, Slater
respondia a perguntas da “ucraniana” – eram perguntas como "Querido Dave, a OTAN e o Biden têm um plano secreto para nos ajudar?"
e “Dave, espero que amanhã a OTAN
prepare uma “surpresa” muito desagradável para Putin! Você vai me contar?"
Outras mensagens diziam coisas como "Meu doce Dave, obrigada pela informação valiosa, é ótimo que dois
oficiais americanos estejam
indo para Kiev" e “Você
tem trabalho no Centro de Operações hoje, eu lembro - tenho certeza de que há muitas notícias
interessantes lá".
As investigações ainda estão em andamento, e o que as
autoridades já descobriram podem dar a Slater dez anos de prisão e multa de US$
250 mil.
É bastante óbvio que a pessoa com quem Slater mantinha
contatos buscava informações sensíveis e é surpreendente que Slater as tenha
dado, especialmente por ter sido um militar de carreira e ter recebido treinamento
em segurança.
De qualquer forma, o caso confirma o que dizia o poeta
americano Robert Frost: uma mulher demora vinte anos para transformar um menino
em um homem, e outra mulher demora vinte minutos para transformar um homem em
um menino...