A NASA e a
Lockheed mostraram ao público o X-59, um avião que está sendo chamado “o
supersônico silencioso", e que pode ser o futuro da aviação civil e
militar.
O X-59 vem
sendo desenvolvido pela Lockheed há anos, tendo em 2018 recebido da NASA uma
subvenção de US$ 248 milhões - esse foi apenas mais um investimento em programas de pesquisa feito pela NASA, com o objetivo de desenvolver a aviação
em termos de velocidade, eficiência e capacidade.
Essa é a
primeira vez que o X-59 foi exibido – isso aconteceu durante um grande evento
nas instalações da Lockheed em Palmdale. Segundo Pam Melroy, executiva da NASA
e astronauta que foi três vezes ao espaço, o avião em apenas alguns anos,
deixou de ser um conceito ambicioso e passou a ser uma
realidade que ajudará a mudar a forma de viajar.
O X-59 é uma
aeronave experimental, não um protótipo. Com ele pretende-se demonstrar que um
avião pode ultrapassar a velocidade do som – 1224 km/h - sem gerar o característico estrondo, que é um
problema para a operação dessas aeronaves; espera-se que o avião possa voar a
quase 1.500 km/h.
Embora seja
impossível eliminar completamente o estrondo, a equipe que desenvolveu o avião
disse que ruido gerado pelo mesmo será muito atenuado, não prejudicando pessoas, infraestrutura e animais.
Essa redução
de ruído é obtida principalmente em função do layout incrivelmente aerodinâmico
do X-59, que tem cerca de trinta metros de comprimento e dez de
envergadura. Isso torna impossível a
instalação de para-brisa, que foi substituído por uma tela 4K, batizada
External Visibility System (XVS) que transmite ao piloto, em tempo real,
imagens do que está à frente. A foto que ilustra esta matéria foi distribuída
pela Lockheed.
Vale lembrar
que o Spirit of St. Louis, avião com o qual
Charles Lindbergh fez a primeira travessia do Atlântico sem escalas, em
1927, também não tinha para-brisa – como na época não existia nada parecido com
telas 4k, o piloto usava um periscópio para ver o que estava à frente.
O X-59 ainda
não decolou, pois ainda há muitos testes a serem feitos, mas estes vem
acontecendo em terra, inclusive com a aeronave taxiando. O primeiro voo, ainda
subsônico, deve acontecer neste ano, até que se chegue primeiro voo
supersônico.
Talvez seja a
volta dos aviões comerciais supersônicos, lembrando que o Concorde, o mais
conhecido deles, voou comercialmente entre 1976 e 2003, quando razões relativas
a custo operacional e restrições para operação nos Estados Unidos em função de
impactos sobre o meio ambiente, decretaram a suspensão de suas operações.