quarta-feira, 30 de outubro de 2019

iFOOD VAI USAR ROBÔS PARA ENTREGAS

O aplicativo de entrega de comida iFood, uma empresa brasileira, trabalha para incluir robôs na etapa inicial ou final do processo de delivery.

Os robôs estão sendo desenvolvidos pela empresa paulista Synkar e devem ficar prontos em janeiro, quando se iniciam os testes.

A operação comercial está prevista para iniciar-se no segundo semestre de 2020, e dependerá de parcerias com shoppings centers e da regulamentação sobre os veículos automatizados nesses locais.

O robô será um complemento do modal de entrega, e, a princípio, funcionará apenas em ambientes controlados, como shoppings ou condomínios.

A ideia da empresa é usar o robô, que será uma máquina com rodas e um compartimento para o pedido, para buscar a comida na praça de alimentação e levar até o local em que se encontra o consumidor, diminuindo o tempo de entrega.

Os shoppings precisarão ter centrais dedicadas ao iFood; os primeiros shoppings a terem o serviço serão o D.Pedro, em Campinas, e o Leblon, no Rio de Janeiro - a ideia é começar lentamente de forma a que o serviço possa ir sendo aperfeiçoado para ganhar maior escala. O iFood entrega mais de 20 milhões pedidos de comida por mês no Brasil.

Serviço similar já existe em alguns lugares, como no campus da Stanford University; lá, a startup Kiwi Campus conseguiu reduzir os custos de entrega que variavam entre 8 e 15 dólares para cerca de US$ 3,80, sendo a meta chegar a um dólar e em alguns casos, nem cobrar. Seus robôs custarão cerca de mil dólares.  

É mais uma ameaça aos trabalhadores pouco qualificados.

quarta-feira, 23 de outubro de 2019

O BURACO NA CAMADA DE OZÔNIO ESTÁ DIMINUINDO

Segundo a NASA e a NOAA, agência governamental norte-americana que monitora as condições dos oceanos e da atmosfera, o buraco na camada de ozônio sobre a Antártica foi neste ano o menor já registrado desde 1982.

O ozônio é uma molécula composta por três átomos de oxigênio (O3). A cerca de 40 km de altura estas moléculas formam uma camada  que envolve nosso planeta e nos protege da radiação ultravioleta do sol, que em excesso pode causar queimaduras, câncer de pele ou catarata.

O buraco se forma sobre a Antártica  entre os meses de setembro e o início de dezembro, e desaparece quase que completamente durante o inverno. 

É causado pela interação da luz solar e ar
mais quente da atmosfera com partículas de CFCs (Clorofluorcarbonos), gases que eram largamente usados na produção de aerosóis e sistemas de refrigeração, inclusive geladeiras domésticas. Embora sua produção e uso tenha sido banida por um acordo internacional, o Protocolo de Montreal, em 1989, ainda há produção e comercialização clandestina dos mesmos.

Além disso, estes gases permanecem muito tempo na atmosfera, o que  explica o fato de continuar interagindo  com a camada de ozônio - acredita-se que apenas em 2075 o nível de ozônio voltará ao nível de 1982.

Neste ano o tamanho máximo do buraco foi de 16,4 milhões de quilômetros quadrados, enquanto o tamanho médio tem sido 20,7 milhões de quilômetros. É o menor buraco desde que o fenômeno foi descoberto, em 1982. 

Isso não significa que a camada de ozônio esteja se recuperando rapidamente: segundo a NASA e a NOAA, o motivo da diminuição foram padrões climáticos anormais na estratosfera neste ano, que levaram a temperaturas mais altas que o normal.

Estes padrões são incomuns, mas não inéditos: condições similares ocorreram em 1988 e 2002. Os cientistas não sabem pelo que são causadas, mas até o momento não há uma relação direta entre elas e as mudanças climáticas que ocorrem em nosso planeta.

Em 2009, a NASA conduziu uma simulação para estudar como a camada de ozônio estaria atualmente caso o Protocolo de Montreal não tivesse acontecido. A simulação mostrou que, nesse caso, em 2015 a Terra já não teria quase nenhuma camada de ozônio, e ficar exposto ao sol por apenas 10 minutos seria suficiente para causar "queimaduras notáveis".

É mais um exemplo que mostra como a luta continua pela melhoria das condições ambientais vale a pena e é obrigação de todos. 

quarta-feira, 16 de outubro de 2019

AGRALE MARRUÁ: O VEÍCULO FORA DE ESTRADA PADRÃO DO EXÉRCITO BRASILEIRO

Na primeira década deste século, o Exército Brasileiro (EB)  decidiu adotar o Agrale Marruá como seu veículo leve fora de estrada padrão.

Desde 2006, o EB recebeu mais de quatro mil desses veículos, em diversas versões: jipe, picape, veículo de reconhecimento, ambulância do EB e viatura de Comando e Controle.  

A história do Marruá começou quando um grupo de ex-funcionários da antiga Engesa fundou a Columbus Internacional no início da década de 1990 e, tendo como base  o antigo veículo fora de estrada da EE-4/EE-12 da Engesa, propôs uma nova viatura. 

A Agrale, empresa nacional com longo histórico na produção de tratores,  adquiriu os direitos do projeto e deu o nome “Marruá” ao veículo. A palavra Marruá é usada no Pantanal para designar um  touro que se desgarra do rebanho, fugindo para as matas e se tornando selvagem.

Dentre as diversas versões do Marruá adquiridas pelo EB esta  a AM11, desenvolvida sobre chassi estendido e capaz de receber um reparo para metralhadora calibre 7,62 mm. Esta versão recebeu a nomenclatura militar “Viatura Tática Leve de Reconhecimento” (VTL Rec) e é, na  atualidade, o principal veículo leve empregado pelo EB nos seus Pelotões de Cavalaria Mecanizada. A imagem ao lado mostra  a versão padrão do Marruá   e a versão  com o chassi estendido. 

Neste momento o EB está pretendendo incorporar um novo tipo de viatura que vem sendo chamado LMV (Light Multirole Vehicle) e que tem uma diferença importante em relação aos Agrale: a blindagem, que protegerá seus ocupantes de fogo proveniente de armas leves, minas e outros dispositivos explosivos improvisados, incorporando lições aprendidas durante os recentes conflitos ocorridos no Afeganistão e em outros países da região. Esse veículo possivelmente será fabricado pela IVECO (Fiat).

O Marruá foi utilizado de forma intensiva pelas forças brasileiras que operaram no Haiti, e é utilizado por forças armadas de outros países, entre os quais Argentina, Equador, Paraguai e Namíbia.  Há também versões para uso civil.

quarta-feira, 9 de outubro de 2019

A CHEGADA DA 5G PODE PREJUDICAR A PREVISÃO DO TEMPO

Chamamos 5G à  próxima geração da internet móvel, que promete velocidades de transmissão de dados muito maiores, cobertura mais ampla e conexões mais estáveis. Em termos práticos, qualquer coisa que fazemos hoje com nossos smartphones,  poderemos fazer mais rápido e melhor.

Essa tecnologia está começando a ser implantada, mas como quase sempre acontece, pode trazer além de muitos benefícios, alguns prejuízos - um deles, seria a queda da precisão nas previsões do tempo. 

Falando em uma audiência do Congresso americano, Neil Jacobs, diretor da NOAA (National Oceanic and Atmospheric Administration), orgão do governo americano que pesquisa e divulga informações acerca das condições atmosféricas, do mar e grandes cursos de água), disse que o uso da frequência de  23 Gigahertz para transmissões 5G pode acabar interferindo nas transmissões de dados captados por satélites meteorológicos, gerando perda de dados e consequentemente reduzindo em cerca de 30% a capacidade de correta previsão do tempo, que voltaria aos níveis de 1980. Com isso, a possibilidade de ocorrência de grandes chuvas e furacões seria detetada mais tarde, reduzindo os tempos de preparação das pessoas para enfrentar esses fenômenos.

Outro especialista, Tony McNally do The European Centre for Medium-Range Weather Forecast tem preocupações semelhantes e o professor Jordan Gerth, da Universidade de Wisconsin-Madison vai além, dizendo à revista "Nature" que os operadores de telefonia, que implementarão 5G não tem se preocupado com o assunto, interessados apenas em lucros, enquanto os órgãos reguladores simplesmente se omitem.

Como se vê, a última palavra em tecnologia não necessariamente trará apenas benefícios; vigiar é preciso.