Os romanos pretendiam conquistar a cidade de Siracusa, situada na costa
leste da Sicilia, de forma a que pudessem ter o domínio completo daquela ilha.
Em 214 a. C. cercaram a cidade, cuja defesa era comandada por
Arquimedes, inventor, matemático, filósofo – um polímata, enfim (polímata, que
em grego significa "aquele que aprendeu muito" é
uma pessoa cujo conhecimento não está restrito a uma única área).
Os romanos eram muito superiores em recursos, mas Arquimedes desenvolveu
tecnologia que permitiu à resistência prolongar-se até 212 a.C. Dentre outras coisas,
Arquimedes criou um guindaste que era usado para agarrar e erguer
os navios inimigos e solta-los, ficando os mesmos destruídos na queda. Diz-se que ele criou também um sistema de espelhos, usado
para concentrar os raios solares sobre as velas dos navios romanos,
incendiando-os, embora não haja prova de que tal arma tenha existido.
Mas a superioridade em material e homens dos romanos, que eram
comandados pelo general Marco Cláudio Marcelo, prevaleceu:
Siracusa caiu. O general havia ordenado que a vida de Arquimedes, que tinha 78
anos (uma idade avançadíssima para a época) fosse poupada. O sábio, que
continuou seus estudos em casa após a invasão da cidade, certo dia ao ser
interpelado por um soldado romano, protestou contra a interrupção de seu
trabalho e grosseiramente mandou o soldado deixá-lo; este, sem saber de
quem se tratava, matou-o.
A história conta também que Arquimedes descobriu
que o volume de qualquer corpo pode ser calculado medindo o volume de água
movida quando o corpo é submerso – isso é conhecido como o Princípio de Arquimedes. Ele
chegou a essa conclusão quando encontrava na banheira, tendo saído nu para as
ruas de Siracusa gritando Eureka, que em grego
significa descobri.
Para encerrar uma curiosidade: na versão
italiana dos quadrinhos de Disney, o inventor Prof. Pardal é conhecido como Archimede Pitagorico,
o que pode ser encarado como uma homenagem a dois sábios, Arquimedes e
Pitágoras, outro polímata.