Chamamos 5G à próxima geração da internet móvel, que promete velocidades de transmissão de dados muito maiores, cobertura mais ampla e conexões mais estáveis. Em termos práticos, qualquer coisa que fazemos hoje com nossos smartphones, poderemos fazer mais rápido e melhor.
Essa tecnologia está começando a ser implantada, mas como quase sempre acontece, pode trazer além de muitos benefícios, alguns prejuízos - um deles, seria a queda da precisão nas previsões do tempo.
Falando em uma audiência do Congresso americano, Neil Jacobs, diretor da NOAA (National Oceanic and Atmospheric Administration), orgão do governo americano que pesquisa e divulga informações acerca das condições atmosféricas, do mar e grandes cursos de água), disse que o uso da frequência de 23 Gigahertz para transmissões 5G pode acabar interferindo nas transmissões de dados captados por satélites meteorológicos, gerando perda de dados e consequentemente reduzindo em cerca de 30% a capacidade de correta previsão do tempo, que voltaria aos níveis de 1980. Com isso, a possibilidade de ocorrência de grandes chuvas e furacões seria detetada mais tarde, reduzindo os tempos de preparação das pessoas para enfrentar esses fenômenos.
Outro especialista, Tony McNally do The European Centre for Medium-Range Weather Forecast tem preocupações semelhantes e o professor Jordan Gerth, da Universidade de Wisconsin-Madison vai além, dizendo à revista "Nature" que os operadores de telefonia, que implementarão 5G não tem se preocupado com o assunto, interessados apenas em lucros, enquanto os órgãos reguladores simplesmente se omitem.
Como se vê, a última palavra em tecnologia não necessariamente trará apenas benefícios; vigiar é preciso.