Na primeira década deste século, o Exército Brasileiro (EB) decidiu adotar o Agrale Marruá como seu veículo leve fora de estrada padrão.
Desde 2006, o EB recebeu mais de quatro mil desses veículos, em diversas versões: jipe, picape, veículo de reconhecimento, ambulância do EB e viatura de Comando e Controle.
A história do Marruá começou quando um grupo de ex-funcionários da antiga Engesa fundou a Columbus Internacional no início da década de 1990 e, tendo como base o antigo veículo fora de estrada da EE-4/EE-12 da Engesa, propôs uma nova viatura.
A Agrale, empresa nacional com longo histórico na produção de tratores, adquiriu os direitos do projeto e deu o nome “Marruá” ao veículo. A palavra Marruá é usada no Pantanal para designar um touro que se desgarra do rebanho, fugindo para as matas e se tornando selvagem.
Dentre as diversas versões do Marruá adquiridas pelo EB esta a AM11, desenvolvida sobre chassi estendido e capaz de receber um reparo para metralhadora calibre 7,62 mm. Esta versão recebeu a nomenclatura militar “Viatura Tática Leve de Reconhecimento” (VTL Rec) e é, na atualidade, o principal veículo leve empregado pelo EB nos seus Pelotões de Cavalaria Mecanizada. A imagem ao lado mostra a versão padrão do Marruá e a versão com o chassi estendido.
Neste momento o EB está pretendendo incorporar um novo tipo de viatura que vem sendo chamado LMV (Light Multirole Vehicle) e que tem uma diferença importante em relação aos Agrale: a blindagem, que protegerá seus ocupantes de fogo proveniente de armas leves, minas e outros dispositivos explosivos improvisados, incorporando lições aprendidas durante os recentes conflitos ocorridos no Afeganistão e em outros países da região. Esse veículo possivelmente será fabricado pela IVECO (Fiat).
O Marruá foi utilizado de forma intensiva pelas forças brasileiras que operaram no Haiti, e é utilizado por forças armadas de outros países, entre os quais Argentina, Equador, Paraguai e Namíbia. Há também versões para uso civil.