Desde sua fundação em 1886, a Coca-Cola
sempre foi inovadora, tendo sido uma das pioneiras na venda de seu produto em
garrafas próprias, latas, máquinas de venda automática (vending machines),
garrafas descartáveis etc. Suas campanhas publicitárias sempre foram muito
boas.
Certamente, essa postura ajudou-a a
chegar onde está hoje, operando em mais de 200 países, faturando bilhões de
dólares ao ano – só nos Estados Unidos são vendidas cerca de 40 mil latinhas e garrafas por segundo. O Brasil é o terceiro maior consumidor, atrás
somente dos Estados Unidos e do México – aqui, a bebida é vendida desde 1942 e
fabricada desde 1943.
Sempre atenta à evolução da tecnologia e dos mercados, a empresa
não descansa: depois de cinco anos de
desenvolvimento e pesquisas, em 2009 a empresa lançou a
Coca-Cola Freestyle, uma máquina de venda automática que permite ao consumidor misturar 126 tipos
de refrigerantes para criar sua própria bebida.
Imaginemos que
alguém deseja um refrigerante que seja uma mistura de Coca-Cola Diet, suco de
maça, chá verde, Cherry Coke, com um toque de Sprite e uma
pitada de Fanta (até alguns refrigerantes não pertencentes à Coca, como Dr.
Pepper podem ser incluídos na beberagem). Para fazer o pedido, basta escolher
os sabores em uma tela sensível ao toque e a máquina prepara a bebida. Ela é
conectada a Internet, permitindo assim que informações como as preferências do
consumidor em determinados horários e locais e a necessidade de novos
carregamentos de ingredientes sejam enviadas mais facilmente à empresa.
Agora, mais
um passo: a empresa anunciou que a partir de 2015 pretende vender máquinas que
permitirão às pessoas prepararem seu refrigerante em casa, de forma similar à
já oferecida pela israelense SodaStream, empresa muito menor mas que cresce
muito rapidamente.
A novidade
segue uma tendência, a possibilidade de produzirmos coisas em casa, de forma
análoga à popularizada pelas impressoras 3D e pelos cafés Nespresso, cujas
vendas tem crescido 30% ao ano.
A ideia faz
todo sentido, pois permitirá à Coca reduzir seus custos, principalmente com fabricação,
embalagens, armazenagem e transporte, que são os que pesam mais no custo total
do produto – afinal não faz sentido
embalar, armazenar e transportar água, que é o maior componente da bebida; o
consumo de energia para refrigeração em residências, supermercados, bares e
restaurantes também seria menor. Fazer tudo isso com as pequenas capsulas de
xarope, que é o núcleo do produto, seria muito mais fácil e barato.
Os custos para
o consumidor quase que certamente não diminuirão, mas diversos componentes da
cadeia de produção serão prejudicados: funcionários das fábricas e distribuidores,
transportadores, supermercados etc. devem acompanhar o assunto com atenção.