segunda-feira, 17 de agosto de 2020

TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO VERDE GANHA IMPORTÂNCIA


Tecnologia da Informação Verde, TI Verde ou Green IT são termos utilizados para designar   o uso de recursos da Tecnologia da Informação com a preocupação de reduzir o consumo de energia e os impactos ambientais gerados pela produção e descarte   de equipamentos eletrônicos.
O tema começou a ser discutido em 1972 durante a Conference on the Human Environment, promovida pela ONU e realizada na Suécia. O foco do evento foi a discussão das interações dos seres humanos com o meio ambiente; pode-se dizer que nesse evento surgiu o atual conceito de sustentabilidade, uma ideia ligada a estratégias de uso consciente dos recursos naturais, de modo a garantir sua conservação para as futuras gerações.
Em 1992, a   U.S. Environmental Protection Agency lançou o Energy Star, um programa ao qual as empresas produtoras de equipamentos eletrônicos aderiam voluntariamente e era destinado a promover e reconhecer a eficiência energética de terminais de computador, aparelhos de televisão, condicionadores de ar e outros equipamentos. Um resultado marcante desse programa foi a criação do “sleep mode”, adotado em equipamentos de uso doméstico e de escritório; o programa ampliou-se, tornando-se um padrão internacional.
Na mesma época, a organização sueca TCO lançou um programa de certificação destinado a promover a redução das emissões eletromagnéticas dos terminais de computador; mais tarde, o programa foi expandido, passando a abranger também consumo de energia, aspectos ergonômicos e o uso de materiais perigosos na construção de equipamentos de computação.
Na atualidade, a TI Verde vem ganhando importância,  focando-se   nos “data centers”: cerca de 1% de toda a energia elétrica produzida no mundo vai para essas instalações, sendo utilizada não apenas para fazer as máquinas funcionarem, mas também para refrigerá-las; computadores geram muito calor e tem problemas para funcionar em ambientes aquecidos.
Além disso, os “data centers” concentram-se no hemisfério norte, onde parte considerável da energia elétrica é produzida a partir da queima de carvão e petróleo, grandes geradores de gases causadores do efeito estufa.
Nessa área a ideia é tornar o “hardware” e os sistemas de refrigeração mais eficientes, bem como acelerar o uso de energias renováveis, como a solar e a eólica.
O descarte de equipamento eletrônico de forma inadequada gera danos ao meio ambiente. Esses produtos são compostos por substâncias altamente tóxicas, como berílio, mercúrio e chumbo, por exemplo, que podem contaminar o solo e as águas. Além desses, outros materiais como vidro e plástico demoram muito tempo para se decompor e seu   descarte inadequado gera lixo que ficará no meio ambiente por séculos.
Sem o devido cuidado, o descarte desses materiais pode gerar graves problemas de saúde pública; por outro lado, reciclá-los pode produzir resultados financeiros muito interessantes. O assunto é importante a ponto de ter sido tratado de forma explicita no Plano Nacional de Resíduos Sólidos, elaborado pelo governo federal.
As empresas, além de preocuparem-se com esses aspectos devem desenvolver ações de conscientização para informar e motivar seus empregados e   público externo a adotarem práticas de sustentabilidade no cotidiano, como redução de impressões, desligamento de equipamentos que não estão em uso, entre outras.
Há um ponto a observar: algumas empresas estão praticando o “greenwashing”, neologismo derivado das palavras “green”, verde, e “whitewash”, branquear ou encobrir, que é um termo utilizado para indicar o uso de técnicas de “marketing” e relações públicas para expressar uma falsa preocupação com o meio ambiente; sempre que possível, casos como esses devem ser denunciados de forma a desencorajar sua prática.
Uma genuína preocupação com o meio ambiente e procurar manter o tema na pauta de todos, certamente contribuirá para o tornar a TI mais verde e o meio ambiente mais saudável.