A tecnologia Wiki permite que as pessoas trabalhem em conjunto construindo textos, desenvolvendo projetos etc. Semelhante a um blog em estrutura e lógica, permite que seus qualquer pessoa poste, modifique ou delete conteudo colocado em um web site, ao contrário do que ocorre com um blog onde apenas o autor pode fazer isso, cabendo aos visitantes comentar o material postado.
O termo Wiki, que significa “rápido” no idioma havaiano, pode se referir ao site que funciona dessa maneira ou a software utilizado para cria-lo; o primeiro desses sites foi criado por Ward Cunnigham em 1995.
A maioria de nós conhece e utiliza um wiki: a Wikipédia, enciclopédia livre lançada por Jimmy Wales e Larry Sanger em 2001. Ela já tem 3,5 milhões de artigos em inglês e cerca de 600 mil em português, todos postados e revisados basicamente por voluntários. A presença dos voluntários é ao mesmo tempo o ponto forte e o ponto fraco da Wikipedia, pois permite seu crescimento constante mas também traz muitas imprecisões – de qualquer forma, é um instrumento bastante útil, desde que utilizado com cautela.
Muitas empresas estão utilizando a tecnologia Wiki para desenvolver sistemas que permitam a seus funcionários e parceiros criarem e acessarem informações de forma rápida – evidentemente, nesses casos o acesso é restrito a pessoas autorizadas.
Mas o que antes parecia apenas mais uma curiosidade sem muito futuro no mundo da tecnologia e depois mais uma ferramenta de trabalho para empresas, está mostrando poder ser um grande problema para governos que tem algo a esconder (e todos tem): em 25 de julho passado, o site WikiLeaks (http://wikileaks.org, fundado em 2006) publicou mais de 90.000 documentos classificados (secretos, sigilosos etc) das forças armadas dos Estados Unidos, documentos esses referentes a operações desastradas que resultaram em mortes de civis (às vezes, assassinato pura e simplesmente), problemas logísticos e outros que vem sendo enfrentados pelos americanos no Afeganistão principalmente; logo em seguido, outros documentos, referentes à comunicação entre diplomatas americanos, foram também liberados.
O tema vem sendo debatido pela mídia em todo mundo, tendo despertado a ira do governo e dos militares americanos, que vêem na divulgação riscos às suas operações e aos afegãos que os apoiam. Apesar desses riscos, há os que apoiam a divulgação , alegando o direito da população americana de saber realmente o que seus militares vem fazendo.
A divulgação gerou um acalorado debate nos Estados Unidos sobre o nível de acesso que deve ter a população daquele país a documentos secretos das forças armadas e outros órgãos governamentais.
Talvez este seja um exemplo de como a tecnologia pode auxiliar a trazer a público informações que usualmente são ocultadas pelos governos: WikiLeaks diz que sua missão é procurar e divulgar esse tipo de informação, o que de forma geral é bom para a democracia e para a sociedade como um todo.