O FBI emitiu um alerta dando conta do rápido aumento do
número de casos de extorsão envolvendo fotos falsas criadas com a ajuda de
ferramentas de inteligência artificial.
Nesses casos, que vem sendo chamados
“sextortion”, os criminosos utilizam fotos da vítima postadas nas redes sociais e as editam, criando imagens de cunho sexual de aspecto muito realista.
A seguir, as imagens são enviadas à vítima, acompanhadas de
pedidos de dinheiro para que não sejam divulgadas na internet – há casos também
de seu uso para assédio ou vingança.
O FBI recomenda que o público "tenha cautela" ao
compartilhar suas fotos online, mas esse é um conselho que praticamente ninguém
segue.
Com a tecnologia hoje disponível, apenas algumas imagens ou vídeos são suficientes para criar
material desse tipo, usualmente chamado deepfake.
Deepfakes já existem há alguns anos; em meados da década de
2010, usuários de fóruns como o Reddit
começaram compartilhar conteúdo sexualmente explícito de celebridades femininas
– ficaram famosos os deepfakes de Michelle Obama, esposa do então presidente
dos Estados Unidos Barack Obama.
Embora continuem a acontecer tentativas de combater a
disseminação desse conteúdo, atividade considerada crime em quase todo o mundo,
ferramentas para criar deepfakes são facilmente acessíveis – o portal Techspot
diz que a empresa chinesa Tencent oferece serviços de criação de deepfakes com
preços a partir de US$ 145, bastando que o cliente lhes envie fotos da vítima e
uma descrição das imagens que pretende obter.