A SpaceX, é uma empresa fundada por Elon Musk
que se dedica à área espacial. Um de seus negócios é a criação da constelação
de satélites Starlink que pretende dar suporte a um novo sistema de
comunicações via internet.
Há poucos dias, foram lançados por um foguete
Falcon, também da SpaceX, mais 60 desses satélites – já há 713 em órbita e a
constelação deverá ter 1.440 deles em prazo relativamente curto. Para cobrir
toda a Terra, fornecendo serviços de banda larga, a empresa pretende chegar a
12 mil satélites, cada um pesando 227 quilos. O Falcon partiu da base do cabo
Canaveral, de onde foram lançados os mais célebres veículos espaciais
americanos.
Já está no espaço, no que se chama “órbita
baixa”, abaixo de 2 mil quilômetros de altitude, uma enorme quantidade de
outros engenhos. Mais devem chegar, como o brasileiro Amazonia-1 que será
lançado em 2021, os da Athena, uma constelação que o Facebook pretende lançar com objetivos
similares aos da Starlink e outros.
Esse intenso tráfego espacial começa a
preocupar os especialistas: um relatório produzido pelo European Southern Observatory, uma
entidade formada por governos europeus, alerta que satélites em órbita baixa, devido à sua
capacidade de refletir a luz do Sol, podem trazer
problemas a programas científicos que requerem observações noturnas. Dentre
esses programas estão a busca de asteroides potencialmente perigosos para a
Terra e o estudo da radiação visível e das
ondas gravitacionais provenientes
do espaço.
Uma forma de minimizar esse problema seria
posicionar os satélites em altitudes inferiores a 600 quilômetros, o que, no
entanto, acabaria por torna-los menos eficientes em termos de cobertura.
Outro problema nessa área é a presença do
lixo espacial: mais de 20 mil objetos
maiores do que 10 centímetros, totalizando quase 7 mil toneladas, estão em órbita
da Terra, sendo que alguns deles têm velocidades que se aproximam dos 10
quilômetros por segundo.
Esses objetos, restos de foguetes e
satélites, representam perigo para as missões espaciais, pois mesmo um
fragmento minúsculo, viajando em alta velocidade, pode danificar naves e até
causar a morte de astronautas que estiverem a bordo. Além disso, satélites em operação podem ser
atingidos, gerando inúmeros problemas, especialmente na área de
telecomunicações, podendo até mesmo paralisar o sistema GPS e outros
similares.
Congestionamentos no espaço certamente não
eram problemas que traziam preocupações até há muito pouco tempo.