EMPRESAS TENTAM IMPEDIR QUE A AMAZON DOMINE O SETOR DE SUPERMERCADOS. O RESULTADO? MAIS DESEMPREGO.
A Amazon Go é uma loja de conveniência experimental da varejista da internet, situada no centro de Seattle. É uma loja onde sensores e inteligência artificial substituíram praticamente todos os funcionários, como pode ser visto neste vídeo.
Ocorre neste momento uma corrida global para a instalação de lojas automatizadas em várias das maiores varejistas do mundo, empenhadas em cortar os custos da mão de obra e minimizar as frustrações dos consumidores, como por exemplo, a de esperar na fila do caixa. Além disso, esses varejistas tentam impedir que a Amazon domine o universo físico do varejo, como já acontece nas compras online.
As companhias começaram a testar robôs que mantêm as prateleiras abastecidas, assim como aplicativos que permitem que os compradores paguem suas compras via smartphone.
Se conseguirem, as novas tecnologias deverão aumentar as incertezas dos trabalhadores do comércio, cujo número já é descendente por causa do crescimento das compras online. Uma análise realizada em 2017 pelo Fórum Econômico Mundial mostrou que de 30% a 50% dos empregos no varejo, em todo o mundo, podem estar ameaçados por tecnologias como os caixas automatizados para o pagamento das compras nos supermercados. Levando-se em conta que uma das maiores varejistas brasileiras tem cerca 80 mil funcionários operando caixas, imagine-se o tamanho dos problemas que teremos pela frente...
Além disso, estas inovações suscitaram temores entre os que pesquisam a questão da privacidade por causa das quantidade de dados que as varejistas têm a possibilidade de reunir sobre o comportamento dos consumidores quando eles entram em uma dessas lojas. No interior do Amazon Go, as câmeras nunca perdem de vista os consumidores que entram na loja - além disso é possível monitorar as compras feitas etc.
A inauguração da Amazon Go, em janeiro de 2018, foi alarmante para muitos varejistas, que puderam constatar a disposição repentina da Amazon de usar o seu poderio tecnológico de outras maneiras.
A China, onde as companhias de comércio eletrônico são bastante ambiciosas, está despontando como um lugar particularmente fértil para essas experiências no setor de varejo. Um experimento do gênero foi realizado por uma cadeia de mais de 100 lojas de conveniência sem funcionários de uma startup chamada Bingo Box. Os consumidores escaneiam um código em seus celulares para entrar e escaneiam os itens que querem comprar. A loja abre a porta de saída depois que eles pagam por meio dos seus telefones.
O Alibaba, uma das maiores empresas de internet da China, inaugurou 35 de suas mercearias automatizadas Hema, que unem encomendas online ao pagamento automatizado. Os clientes efetuam o pagamento eletrônico usando reconhecimento facial. A foto ao lado mostra um dos quiosques fazem o pagamento via reconhecimento facial em uma loja Hema.
A JD, outra grande varejista de internet da China, informou em dezembro de 2017 que está construindo centenas de lojas de conveniência sem funcionários. As empresas colocam chips nos produtos a fim de automatizar o processo de pagamento.
Nos Estados Unidos, a Walmart, a maior varejista do mundo, testa robôs que se deslocam pelos corredores das lojas, à procura das prateleiras onde mercadorias estão esgotadas e então informam os funcionários presentes, que cuidam de reabastecer as prateleiras.
Algumas empresas varejistas tradicionais se mostram céticas quanto à possibilidade de o tipo de automação da Amazon Go ser adotada em grandes lojas. Elas afirmam que a tecnologia talvez não funcione ou não seja eficiente do ponto de vista dos custos.
Mas Chris Hjelm, vice-presidente executivo da cadeia de supermercados Kroger, disse que é apenas uma questão de tempo para mais câmeras e sensores se tornarem comuns nas lojas. “Daqui a alguns anos”, afirmou, “estas tecnologias serão uma coisa corriqueira”.