Leisha Chil, da BBC, publicou matéria que se inicia com uma pergunta: você se sentiria
confortável voando em um avião de passageiros sem piloto? Essa é uma questão à
qual a maioria das pessoas provavelmente responderia com um sonoro
"não".
No entanto, muitos especialistas
dizem que esta perspectiva pode se tornar realidade dentro de algum tempo, especialmente,
considerando-se o avanço no uso das tecnologias de pilotagem incorporadas aos drones.
Há, inclusive uma anedota antiga, que na cabine dos aviões haverá um homem e um
cachorro; o homem para alimentar o cão e este para impedir que o homem mexa
emalgum equipamento...
Mas, à medida que a conectividade nos
aviões de torna mais sofisticada, surgem novos desafios, já havendo na indústria
aeronáutica quem diga que a ideia de que os computadores de bordo de um avião
possam ser "hackeados" não é absurda.
O Boeing da Malaysia |
Desde que do voo 370 da Malaysia
Airlines sumiu do mapa há quase dois anos, teorias conspiratórias vem
circulando sobre a possibilidade de o Boeing 777 ter sido sequestrado
remotamente por hakcers. O primeiro ministro da Malasia, Mahathir Mohamed,
chegou a mencionar tal possibilidade em um texto que publicou.
Chris Roberts |
O pesquisador de segurança aérea
Chris Roberts fez subir a intensidade da discussão quando afirmou que teria
conseguido entrar no sistema de computadores de um avião da United Airlines em
que viajava, tendo acelerado uma das turbinas, fato que imediatamente passou a
ser investigado pelo FBI.
Representantes da indústria desmentem
esta possibilidade. "A imaginação de algumas pessoas é fértil",
diz David Bruner, da Panasonic Avionics. "Não cremos que isso seja
possível atualmente. Mas, ao ficarmos mais sofisticados, teremos que ter maiores
cuidados para garantir que isso nunca
aconteça".
Para ilustrar esse nível de sofisticação, basta lembrar que os primeiros Boeing
737 tinham cerca de 40 mil peças, enquanto um
Aibus A380 tem 4 milhões.
"Trabalhamos há anos em um
'super firewall' que isolará os controles de voo, de forma a garantir que
ninguém será capaz de acessa-los do solo ou de outros equipamentos que
porventura estejam a bordo", diz Bruner.
Consideradas as
transformações tecnológicas por que passa a aviação, tudo indica que esta
indústria depende de que seus avanços estejam sempre à frente dos que tentam
burlar digitalmente esquemas de segurança. A credibilidade do setor depende
cada vez mais de seu pioneirismo.