terça-feira, 3 de março de 2015

CRESCIMENTO DA INTERNET E DO NÚMERO DE CELULARES DESACELERA

No dia 5 de março termina o  Mobile World Congress, evento promovido pela GSMA, associação das operadoras de telefonia celular – é o  maior evento do setor e acontece em Barcelona.
Estudos divulgados durante o evento dão conta que a expansão da internet e de seu principal motor,  os celulares, desaceleram  –   antes de a rede chegar à maior parte da população do planeta. Segundo esses estudos,  nos últimos sete anos 1,3 bilhão de pessoas tornaram-se usuárias de telefonia celular – o  ritmo de crescimento do número de usuários no período foi de 7,6% ao ano. Dizem os mesmos  que essa taxa deve ser reduzida quase à metade, a 4%, de agora até 2020. Os usuários desses aparelhos passarão dos atuais 3,8 bilhões para 4,6 bilhões. 
  
A tendência de desaceleração aparece também em dados apresentados pelo Facebook; segundo eles, se em 2008 o número de pessoas on-line crescia a um ritmo de 12,8% ao ano, em 2014 ficou em 6,6%.
Pouco menos de 3 bilhões de pessoas, cerca de 38% da população mundial, acessam a rede ao menos uma vez por ano – o número de internautas é menor do que o das pessoas com celular porque nem todos os aparelhos têm a capacidade de se conectar à Internet.
Observa-se  uma diferença sensível ao se comparar   os países desenvolvidos,  onde 75% da população está na rede,  com os países em desenvolvimento, onde o número está ao redor de 30%.

O impacto econômico dessa diferença é grande: a revista britânica "The Economist", estima que, nos países em desenvolvimento, um aumento de 10% no número de celulares gera  um aumento de mais de um ponto percentual na taxa de crescimento do PIB per capita.
Presente ao congresso, o presidente do Facebook, Mark Zuckerberg,  disse que "Conectar a outra metade do mundo vai ser diferente do que foi conectar as pessoas que já estão on-line”. Zuckerberg disse que para que o número de pessoas conectadas cresça, é preciso que as operadoras de telefonia celular   expandam-se de forma mais agressiva, mas estas  dizem  que a expansão exige muito investimento em infraestrutura e que esses investimento não deverá  trazer o retorno que julgam adequado.
Mas o problema principal talvez não seja esse, pois 75% da população do mundo vive em áreas onde há cobertura 3G, mas, como temos dito neste blog, o problema passa pelos custos dos serviços de telefonia e dos aparelhos e pela qualidade das conexões.
Há também problemas relativos à educação digital: há muitas pessoas que tem dificuldades em utilizar aparelhos e conectar-se à Internet, Algumas iniciativas nesse sentido ocorrem esporadicamente, como por exemplo o curso “Práticas com tablets e celulares”, oferecido gratuitamente pelo Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC), da Universidade de São Paulo (USP) em São Carlos – apesar disso, concordamos com Zuckerberg no sentido de que o caminho será longo.