No dia
5 de março termina o Mobile World Congress, evento promovido pela GSMA, associação das
operadoras de telefonia celular – é o maior
evento do setor e acontece em Barcelona.
Estudos divulgados durante o evento dão
conta que a
expansão da internet e de seu principal motor,
os celulares, desaceleram – antes
de a rede chegar à maior parte da população do planeta. Segundo esses
estudos, nos últimos sete anos 1,3
bilhão de pessoas tornaram-se usuárias de telefonia celular – o ritmo de crescimento do número de usuários no período foi de 7,6% ao ano. Dizem
os mesmos que essa taxa deve ser
reduzida quase à metade, a 4%, de agora até 2020. Os usuários desses aparelhos
passarão dos atuais 3,8 bilhões para 4,6 bilhões.
A tendência
de desaceleração aparece também em dados apresentados pelo Facebook; segundo
eles, se em 2008 o número de pessoas on-line crescia a um ritmo de 12,8% ao
ano, em 2014 ficou em 6,6%.
Pouco menos
de 3 bilhões de pessoas, cerca de 38% da população mundial, acessam a rede ao
menos uma vez por ano – o número de internautas é menor do que o das pessoas
com celular porque nem todos os aparelhos têm a capacidade de se conectar à
Internet.
Observa-se uma
diferença sensível ao se comparar os países desenvolvidos, onde 75% da população está na rede, com os países em desenvolvimento, onde o
número está ao redor de 30%.
O impacto
econômico dessa diferença é grande: a revista britânica "The
Economist", estima que, nos países em desenvolvimento, um aumento de 10%
no número de celulares gera um aumento
de mais de um ponto percentual na taxa de crescimento do PIB per capita.
Presente ao
congresso, o presidente do Facebook, Mark Zuckerberg, disse que "Conectar a outra metade do
mundo vai ser diferente do que foi conectar as pessoas que já estão on-line”.
Zuckerberg disse que para que o número de pessoas conectadas cresça, é preciso
que as operadoras de telefonia celular expandam-se de forma mais agressiva, mas estas
dizem que a expansão exige muito investimento em
infraestrutura e que esses investimento não deverá trazer o retorno que julgam adequado.
Mas o problema principal talvez não seja esse, pois 75%
da população do mundo vive em áreas onde há cobertura 3G, mas, como temos dito
neste blog, o problema passa pelos custos dos serviços de telefonia e dos
aparelhos e pela qualidade das conexões.
Há também problemas relativos à educação digital: há
muitas pessoas que tem dificuldades em utilizar aparelhos e conectar-se à
Internet, Algumas iniciativas nesse sentido ocorrem esporadicamente, como por
exemplo o curso “Práticas com tablets e
celulares”, oferecido gratuitamente pelo Instituto de Ciências Matemáticas e de
Computação (ICMC), da Universidade de São Paulo (USP) em São Carlos – apesar disso,
concordamos com Zuckerberg no sentido de que o caminho será longo.