Quando alguém olha os produtos
expostos na vitrine de uma loja qualquer, esse comportamento geralmente não é
percebido pelo lojista ou pelos vendedores; quase sempre a pessoa olha e vai
embora – e é uma oportunidade de venda que se vai.
Dispositivos pouco maiores que uma
caixa de fósforos podem reverter essa situação, dando ao lojista a
possibilidade de tentar fechar negócios; conhecidos como beacons (farol, em
inglês), esses dispositivos usualmente são fixados em paredes ou prateleiras da
loja e conseguem identificar em que ponto da loja o consumidor está.
O beacon faz isso ao emitir sinais
via bluetooth – se o smartphone captar esses sinais, tiver o aplicativo da loja
e estiver com bluetooth pode receber uma
mensagem do tipo “se você gostou desse
sapato, temos uma oferta especial para você” – pode ser possível também alertar
um vendedor para que aborde o cliente.
A movimentação do cliente dentro da
loja, se monitorada por beacons, fornece informações que podem alterar a
distribuição do produtos nas prateleiras e o layout das lojas, sempre
procurando induzir o cliente a gastar mais, evidentemente.
No final de 2013, a Apple desenvolveu
tecnologia que permite que seus iPhones comuniquem-se com beacons, aumentando o
interesse pelo assunto. A cadeia de lojas de departamentos Macy's instalou beacons em 800 lojas em 2014,
e a expectativa é de que 85% dos 100 maiores varejistas americanos usem beacons
em 2016.
Também no Brasil, o assunto começa a
ser discutido. A Dafiti, empresa de comércio eletrônico de calçados e roupas,
instalou beacons em nove pontos de São Paulo, dentre eles a Rua Oscar Freire e a
Vila Madalena – sua ideia é poder enviar mensagens personalizadas aos clientes
que passem por esses pontos. Redes de supermercados e empresas dos setores de
alimentação e beleza estariam pensando em testar os beacons.
Mas há algumas barreiras a serem
vencidas: é necessário que o app da loja
esteja instalado e o bluetooth ativado – muitos usuários não o ativam por
elevar o consumo da bateria de seus smartphones. No entanto, talvez a maior das
barreiras seja enviar notificações relevantes, pois se elas não forem
adequadas, isso pode irritar o consumidor e afasta-lo da loja.