O
Portal EXAME relata pesquisa efetuada pela Proteste
e Sociedade Brasileira de Otologia (SBO), que mediu o volume do som nos fones
de ouvido utilizados por estudantes dos Colégios Marista Arquidiocesano e Dante
Alighieri de S. Paulo e verificou que 79,4% dos alunos ouviam música em volume
superior a 85 decibéis, limite para evitar lesões auditivas.
O volume médio aferido pelos pesquisadores foi de 92 decibéis,
que pode ser comparado, por exemplo, a uma batedeira. O volume máximo
encontrado no caso de um dos estudantes foi de 109 decibéis, índice superior ao
ruído feito por uma furadeira.
De acordo com Paulo Roberto Lazarini, médico
otorrinolaringologista e presidente da SBO, ouvir música em volume superior ao
recomendado por longos períodos de tempo leva a lesões nos receptores da
cóclea, estrutura do ouvido responsável por captar os sons.
"A perda auditiva,
em menor ou maior grau, acontece a partir dos 50 anos, com o envelhecimento. O
que vai acontecer com esses jovens é que poderão ter perdas mais severas ou
precoces", afirmou.
Outro resultado que preocupou os pesquisadores foi o tempo de
exposição ao som alto nos fones de ouvido. Segundo o estudo, 64% dos estudantes
pesquisados ouvem música no fone de ouvido por um período superior a duas horas
diárias.
"No intervalo de 90
a 100 decibéis, índice médio que foi medido entre os estudantes, o tempo máximo
de exposição não deve ultrapassar a duas horas", disse o presidente da
SBO.
Além do risco à audição,
o som alto dificulta a percepção do que ocorre ao redor do usuário, aumentando
a probabilidade da ocorrência de acidentes, especialmente atropelamentos.
Participaram
da pesquisa alunos com idade entre 11 e 18 anos. É dever dos pais orientar seus filhos também
nessa área; bons exemplos são particularmente úteis.