Nosso planeta tem cerca de 70% de sua área cobertos pela água, dos quais apenas 20% estão adequadamente mapeados.
Para sanar essa deficiência, foi criado o projeto Seabed 2030, conduzido por um grupo de organizações ligadas a governos e universidades, que pretende concluir o mapeamento do fundo do mar em 2030. Quando o projeto teve início, em 2017, apenas 6% da área estava adequadamente mapeada.
O trabalho é enorme: a área já mapeada tem o dobro do tamanho da Austrália, mas ainda falta cobrir o equivalente ao dobro da área de Marte.
Os mapas e os dados coletados durante sua elaboração estarão disponíveis a todos; poderão ser utilizados, entre outras coisas, para que possamos entender como os tsunamis se formam e sabermos quanto o nível do mar subirá em função das mudanças climáticas.
Também serão úteis para as empresas que pretendem extrair óleo, gás e minerais do fundo do mar, bem como para as empresas de telecomunicações, que estão lançando e operando cabos submarinos para transmissão de dados.
O trabalho é feito com o uso de equipamentos instalados em barcos, que disparam sinais sonoros em direção ao fundo do mar, que os reflete; o tempo que o sinal demora para voltar à superfície permite que algoritmos calculem a profundidade e à medida em que essa varia, mapeia-se o relevo, em alta resolução.
Quanto mais profundo o local que está sendo mapeado, mais lento é o trabalho; se apenas um navio estivesse sendo empregado, estima-se que seriam necessários 350 anos para mapear apenas as áreas de profundidade maior que 200 metros, e a média das profundidades está ao redor de 3.800 metros.
Espera-se que em breve o projeto possa utilizar submarinos não tripulados, que poderão tornar o trabalho mais rápido e menos custoso – a preços atuais, estima-se que ainda serão necessários mais US$ 3 bilhões para concluir o projeto.