Foi o que aconteceu quando os nazistas invadiram a então Checoslováquia, logo no início da 2ª Guerra Mundial.
Seguindo seu padrão de conduta, eles saquearam tudo o que estava ao seu alcance no país invadido, inclusive carros Tatra 87, que ali eram fabricados - o marechal Rommel foi um de seus usuários.
Os Tatra tinham linhas futuristas e podiam alcançar 160 km/hora, uma velocidade muito elevada para os carros da época. Seu motor traseiro, 2.9, refrigerado a ar, gerava 85 hp. Foi projetado a partir de idéias do húngaro Paul Jaray, que projetara dirigíveis como o Graf Zeppelin.
Mas tinham um defeito grave: sua dirigibilidade era péssima, o que não era um grave problema nas primitivas estradas da Checoslováquia, onde não se podia andar muito depressa. Já na Alemanha, onde as moderníssimas autobahns permitiam que a velocidade máxima podia ser atingida com facilidade, era comum perda de controle em curvas acentuadas, gerando derapagens, capotamentos, choque com árvores etc., o que a 160 por hora e sem cintos de segurança, usualmente matava o motorista e passageiros.
Consta que o Tatra matou sete oficiais nazistas de alta patente em apenas uma semana, logo após a invasão - mais do que os que morreram em combate; estima-se que mais cinquenta e quatro oficiais também tenham morrido em acidentes com o carro.
Fica a lição: antes de utilizar intensivamente uma tecnologia, precisamos conhece-la bem.