O sul-africano Elon Musk, aos 11 anos de idade, em 1982, criou um game
que vendeu por 500 dólares a uma empresa de seu país. De lá para cá, criou e
tem participação em empresas inovadoras como o PayPal, SpaceX, Hyperloop e Tesla Motors, esta voltada a carros elétricos.
Em outubro de 2016, anunciou a criação de um novo
telhado solar, diferente dos que existem hoje: em vez de instalar painéis solares convencionais,
pretos, sobre os telhados, como se faz habitualmente, ele escondeu as células
fotovoltaicas (fabricadas pela Panasonic) debaixo de telhas de vidro
translúcido, temperado e texturizado. O visual, que podemos checar nas fotos, é
a alegria dos arquitetos: bonito, elegante, discreto. A energia excedente
carrega uma grande bateria instalada no interior da casa.
O
telhado já está à venda nos Estados Unidos – em outros países, a partir de
2018. Mas há um pequeno problema: o custo é de cerca de US$ 250 por metro
quadrado – em uma casa térrea de 150 metros quadrados e telhado com 30 graus de
inclinação, o custo do telhado estaria ao redor de US$ 42 mil, fora os impostos.
O
assunto vem sendo discutido no Twitter, tendo Musk entrado na discussão (bem humorada),
afirmando que o telhado, do ponto de vista econômico, ainda não é vantajoso na maior parte dos locais,
especialmente onde os impostos são elevados.
Talvez
por isso Musk decidiu apresentar seu novo telhado solar nos estúdios da
Universal, em Hollywood. As casas do set de filmagem, remodeladas pelas novas
telhas de vidro, eram de um antigo set de Desperate Housewives.
A apresentação já indica que, como os carros da Tesla, o telhado vai ser, a
princípio, direcionado à elite americana.
Mas há
obstáculos, especialmente no campo financeiro: até recentemente, os negócios de
Musk no campo da energia solar estavam concentrados em uma de suas empresas, a
SolarCity, que tem dívidas da ordem de US$ 3 bilhões e aguarda aprovação dos
acionistas para se fundir com a Tesla. A expectativa é que essa junção
impulsione os negócios das empresas.
Vai ser
um momento decisivo para o futuro das duas empresas e do próprio Musk. O
mercado pode não acreditar nos planos do empresário e derrubar as duas empresas.
Mas a aposta atual é que as telhas solares sejam deslumbrantes o suficiente
para ofuscar as dúvidas dos investidores.