Em meados de 2012 dissemos que cada vez
com mais frequência ouviríamos falar em BYOD, sigla derivada da frase “bring your own device”. No jargão empresarial, a sigla e a frase traduzem a
estratégia corporativa de permitir que o empregado use seus próprios equipamentos para trabalhar. Esse BYOD era,
à época, um dos conceitos mais recentes no mundo da Tecnologia da Informação.
Dissemos que, apesar das vantagens do BYOD, as empresas deveriam preocupar-se muito com a
popularização do conceito, em especial no que se referia à segurança de seus
dados.
Isso vem se confirmando: em pesquisa recente (The Mobile
Enterprise Information Landscape) com 4 mil trabalhadores nos Estados Unidos e
Reino Unido, realizada pela empresa de estudos de mercado Ipsos Mori e
encomendada pela plataforma de colaboração Huddle, mais da metade dos
funcionários admite guardar, compartilhar e trabalhar em documentos
corporativos nos seus dispositivos pessoais – e este número está crescendo.
Se você ainda acredita que
a política de BYOD adotada pela maioria das empresas é eficaz em proibir os funcionários de manterem dados
sensíveis nos seus smartphones pessoais, laptops e tablets, de forma a manter a empresa segura é bom repensar. Poucos trabalhadores estão realmente
cientes da política BYOD da empresa (quando existe). E menos ainda a
respeitam.
Mesmo
que a empresa não esteja interessada em BYOD, ainda assim terá problemas. A pesquisa constatou que
73% dos entrevistados nos Estados Unidos estão transferindo aplicativos e dados para suas máquinas sem o conhecimento da empresa, como mostra o gráfico abaixo:
O problema
da segurança só vai piorar à medida que os “millennials”,
jovens nascidos no final do século XX, aumentarem sua presença no
mercado de trabalho. Isto porque essa geração não se preocupa
realmente com a segurança ou com o stress que a falta dela provoca no
departamento de TI – eles só querem BYOD, sem restrições.
O
estudo chama os jovens entre 18 e 24 anos de “gourmets na violação da
segurança” empresarial, porque não se preocupam com os documentos corporativos.
E isto não é bom, o perigo só vai aumentar, já que os “millennials” vão
tornar-se em breve a maior parte da força de trabalho, de acordo com o U.S.
Bureau of Labor Statistics. No Brasil, as coisas não devem ser muito diferentes.