Um dos primeiros modelos |
O exército americano produziu especificações para esse novo veículo,
dando um prazo 49 dias para entrega de
um protótipo e 75 dias para a entrega de mais 70 veículos. As especificações
originais previam: veículo com tração 4x4, construido em aço estampado de fácil fabricação;
capacidade para três passageiros e uma metralhadora .30; peso máximo de 600
quilos (depois alterado para 625 quilos); carga útil de no mínimo 300 quilos;
potência do motor de no mínimo 40 hp; velocidade de no mínimo 80 km/h, entre outras características.
Apenas três empresas aceitaram o desafio: Ford, Bantam e Willys-Overland, que trabalharam
intensamente até que cada uma tivesse produzido 1.500 veículos para mais testes
de campo. Quem venceu a licitação foi a Willys-Overland, cujo modelo foi batizado
como Quad – o principal motivo de sua vitória foi o baixo preço proposto, US$ 738.74 da época. O
modelo recebeu algumas melhorias
adaptadas dos modelos apresentados pela Ford e Bantam.
Assim, o Jeep começou sua jornada oficialmente em 23 de julho de 1941,
quando a Willys-Overland, situada na cidade de Toledo, Ohio, recebeu um pedido
inicial de 16.000 veículos - o primeiro modelo possuía grade dianteira feita
com barras de aço soldadas, que mais pareciam uma grelha. Esse modelo ficou conhecido
como “Slatt Grill” , tendo sido fabricados 25.808 unidades.
Não demorou muito para o veículo conquistar as tropas no campo de batalha. O famoso correspondente Ernie Pyle disse: “Eu não acho que poderíamos continuar na guerra sem o Jeep. Ele faz tudo. É como um cão fiel, tão forte como uma mula, e ágil como um cabrito. Ele carrega duas vezes mais carga do que foi projetado e vai embora”. Nas fotos acima ele pode ser visto rebocando um canhão anti tanque e sendo utilizado na Itália por soldados brasileiros - o veículo era utilizado também pelos aliados dos americanos, dentre eles o Brasil.
Uma das mais espetaculares ações
desenvolvidas na 2ª Guerra Mundial com o uso de jipes, foi quando comandos
ingleses do SAS (Special Air Services) atacaram um aeródromo alemão no deserto
do norte da África, destruindo 37 aviões - apenas 5 homens compunham o grupo. Um vídeo acerca do uso de jipes pelo SAS pode ser visto aqui. O
SAS inspirou a série de TV "Ratos do Deserto".
Após o final da guerra, milhares foram
vendidos para uso civil, tendo a Willys continuado o desenvolvimento de novas
versões – sua venda em 1953 para a Kaiser Motors não impediu que a nova dona da
marca continuasse aperfeiçoando o produto. A Kaiser, por sua vez foi vendida
para a American Motors Corporation que passou para a Chrysler que hoje,
controlada pela Fiat continua produzindo diversos modelos do veículo, dentre
eles o Renegade, produzido também no Brasil. Vale lembrar que, no passado, a
Willys e a Ford produziram o Jeep aqui no Brasil.
O exemplar ao
lado, pintado de preto, pertence ao Exército Brasileiro, tendo sido a viatura de uso pessoal do primeiro comandante do Centro de Instrução de Guerra na Selva (CIGS), em meados dos anos 1960 - ao lado do jipe (que em função de sua pintura era chamado "Burro Preto"), o Cel. Palaia, que comandou o CIGS quando da restauração da viatura, patrocinada por pessoal da reserva do Exército que passou pelo CIGS. O "Burro Preto" hoje é usado em datas comemorativas, como na foto acima onde se prepara para desfilar carregando Tainá, a onça mascote do CIGS.
lado, pintado de preto, pertence ao Exército Brasileiro, tendo sido a viatura de uso pessoal do primeiro comandante do Centro de Instrução de Guerra na Selva (CIGS), em meados dos anos 1960 - ao lado do jipe (que em função de sua pintura era chamado "Burro Preto"), o Cel. Palaia, que comandou o CIGS quando da restauração da viatura, patrocinada por pessoal da reserva do Exército que passou pelo CIGS. O "Burro Preto" hoje é usado em datas comemorativas, como na foto acima onde se prepara para desfilar carregando Tainá, a onça mascote do CIGS.
Para encerrar, imagens do Renegade e do Troller, descendentes do velho jeep hoje fabricados no Brasil.