À medida em que mais tecnologia é incorporada
à nossa vida diária, mais cresce o consumo de energia elétrica. Para dar conta
desse aumento de consumo, inúmeras medidas vem sendo tomadas, principalmente
envolvendo a construção de novas usinas hidrelétricas, linhas de transmissão, parques eólicos etc.
Mas é preciso dotar toda essa estrutura de
inteligência, de forma a que ela seja mais eficiente, passando a constituir o que os técnicos chamam de smart
grid, ou rede inteligente. Há um componente da estrutura que será
visível em nossas casas: teremos novos medidores de consumo, digitais, que
substituirão o que chamamos hoje de “relógio de luz”.
Esses novos medidores permitirão que as
empresas que fazem a energia chegar às nossas casas, estabelecimentos
comerciais, fábricas etc., leiam o consumo, cortem e restabeleçam o
fornecimento automaticamente, sem a necessidade de funcionários se deslocarem até os locais.
Além disso, conhecendo o perfil de consumo, poderão, por exemplo, estabelecer
tarifas mais baratas fora dos horários de pico, remanejar o fluxo de energia
entre diversas linhas etc.
Para o consumidor, será possível observar com
mais clareza o quanto está sendo consumido e em que horários. Isso é importante
não apenas para residências, mas principalmente para indústrias que precisam otimizar
o consumo e reduzir o desperdício.
Os novos medidores poderão ser conectados à
Internet, criando uma vasta gama de novas oportunidades: nos Estados Unidos, a
empresa Simple Energy desenvolveu um game para conscientizar os consumidores para a
necessidade do uso consciente de energia. Como nos jogos do Facebook, há metas,
medalhas e a chance de competir com os amigos para ver quem atinge mais metas
de consumo. A experiência está sendo testada com 15.000 usuários de Worcester,
no estado de Massachusetts, com bons resultados.
Essas mudanças podem acontecer rapidamente. Técnicos esperam que até 2018 um
bilhão desses medidores inteligentes estejam ligados à rede elétrica. Países
como a Itália conseguiram substituir todos os seus 30 milhões de medidores em
apenas cinco anos, a partir de 2000.
No Brasil, algumas distribuidoras de energia já
estão preparadas para operar nesse sistema. O problema é que, no país, os novos
medidores custam pelo menos o dobro dos
tradicionais. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) subsidia a
instalação dos aparelhos em alguns mercados, especialmente em pequenas e médias
indústrias, mas é necessária uma escala maior para o preço ficar mais atrativo.
O cenário deve mudar a partir de 1° de fevereiro de 2014, quando todas as novas
construções deverão, por lei, ter medidores do novo tipo.