O Barão de Mauá |
Irineu Evangelista de Souza, (1813-1889), o Barão de Mauá, nasceu pobre, mas graças à sua capacidade de empreender tornou-se o maior empresário do Brasil e um dos maiores do mundo, à sua época. Foi banqueiro, comerciante e industrial, e graças à sua visão, em 1854 foi criada a primeira ferrovia brasileira.
Naquela época, o Rio de Janeiro era uma cidade muito insalubre: especialmente no verão, febre amarela, malária, dengue e outras doenças assolavam sua população. Para fugir desse ambiente, as pessoas de maior poder aquisitivo passavam o verão no alto da serra, em Petrópolis, um local muito mais saudável.
Isso gerava uma demanda muito grande em termos de transporte de pessoas e mercadorias serra acima; esse transporte era feito por barcos que saindo da Praça XV, no centro do Rio de Janeiro cruzavam a baía da Guanabara até o Porto de Estrela – a partir daí, o trajeto era feito por terra, usando-se diligências e carros de carga.
A Baroneza |
Em 1854, Mauá terminou a construção de um trecho de 14,5 km ligando esse porto até a localidade de Fragoso; em 1856 a ferrovia alcançou Raiz da Serra, onde se iniciava a súbida – era um trecho curto (16,1 km.), mas proporcionava uma significativa economia de tempo. Havia uma única locomotiva, a “Baroneza”, construída em Manchester, Inglaterra pela empresa Willian Fair Bairns & Sons; a “Baroneza” tinha bitola (distância entre os trilhos) de 1,68 m e operou durante 30 anos, , fazendo, atualmente, parte do acervo do Centro de Preservação da História Ferroviária, situado no bairro de Engenho de Dentro, no Rio de Janeiro – a locomotiva recebeu esse nome em homenagem a Maria Joaquina, esposa de Mauá.
Cerca de 30 anos mais tarde, a ferrovia finalmente chegou a Petrópolis, tendo sido desativada em meados do século XX. Entretanto, trens de subúrbio integrados ao sistema de transporte urbano do Rio de Janeiro ainda percorrem um pequeno trecho da ferrovia criada por Mauá, entre Piabetá e Vila Inhomirim (antiga Raiz da Serra).