Apesar da 5G estar chegando ao Brasil a passos de tartaruga, é oportuno verificar como ela está evoluindo no resto do mundo, especialmente nos Estados Unidos, que por sua extensão territorial e tamanho da população talvez seja o país mais semelhante ao Brasil dentre aqueles onde o uso da 5G está mais avançado.
Lá, como cá, há os otimistas, que afirmam que ela acelerará a 4ª Revolução Industrial e revolucionará nossa vida cotidiana, viabilizando as smart cities, a cura do câncer e outros milagres. Há também os que gostam de teorias conspiratórias e se mantem informados apenas pelas redes sociais, para os quais ela só traz males, de COVID-19 a enxaquecas, passando pela extinção de diversas espécies de pássaros.
Até agora, os fatos não dão razão a nenhum dos grupos e se pode observar apenas que, naquele país, 5G é mais cara e vem sendo adotada muito lentamente em relação aos outros países desenvolvidos, ao contrário do que as operadoras de telecomunicações prometiam.
A revista PC Magazine conduziu pesquisas que levaram-na a concluir que cometeu um erro ao entusiasmar-se com o tema, especialmente em função de promessas de maior velocidade e menor latência que seriam trazidas pela nova tecnologia: nos Estados Unidos, como regra geral, as redes 4G vem sendo melhoradas e são mais rápidas e estáveis que as 5G.
A revista faz acusações diretas às maiores operadoras, dizendo que a AT&T mente aos usuários, usando ícones que os levavam a acreditar que redes 4G eram 5G. Quanto à Verizon, a revista diz que seu sinal 5G está disponível em apenas espaços de tempo muito curtos – nesses casos, o usuário passa automaticamente a utilizar tecnologia 4G, quase sempre sem perceber. Outra grande operadora, a T-Mobile, também é acusada de fornecer serviços com performance muito ruim.
O jornal Washington Post também pesquisou a respeito do assunto e chegou a conclusões semelhantes, inclusive dando uma manchete que dizia “A mentira 5G”.
No longo prazo esse cenário deve mudar, e 5G certamente nos trará algumas das vantagens que vem sendo prometidas pelas operadoras e fabricantes de celulares. Mas ainda não chegou o momento de, ao menos como pessoas físicas, nos preocuparmos com o assunto aqui no Brasil.