Na mitologia grega, Theia era a deusa da luz e da visão.
Agora dá nome a um projeto que vem sendo desenvolvido pelo Barcelona Institute of Science and Technology (BIST); trata-se de um implante de grafeno que pretende minorar os problemas vividos por deficientes visuais parciais ou totais (cegos).
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), existem 253 milhões de pessoas com incapacidade visual, 36 das quais são completamente cegas. Apesar de a OMS assegurar que 80% dos casos poderiam ser evitados ou curados, o número de pessoas cegas poderá continuar a aumentar até alcançar 115 milhões em 2050.
Assim, torna-se urgente tomar medidas; neste contexto, a proposta do projeto THEIA é uma das mais interessantes e revolucionárias. Seria desenvolvido um implante de grafeno a ser colocado em contacto com a retina para estimular os neurônios ganglionares (responsáveis por levar os impulsos ao cérebro), através de uma série de elétrodos.
Em breve serão iniciados testes com porcos, pois os seus olhos são muito semelhantes fisiologicamente ao olho humano.
Apesar de as pesquisas apresentarem resultados encorajadores, acredita-se que nos próximos 10 ou 15 anos este dispositivo ainda não possa ainda ser distribuído comercialmente, mas o seu potencial é grande, pois o envelhecimento da população nos países ocidentais provoca o aumento da degeneração ocular.
Projetos como o THEIA são necessários para atenuar o sofrimento que a perda de um sentido pode provocar. Sem dúvida, esta é uma das grandes missões da ciência na busca de um mundo melhor, como mostra o vídeo acerca do projeto disponível aqui.
A Universidade Presbiteriana Mackenzie também tem um centro voltado às pesquisas sobre o grafeno, o Mackgraphe (foto ao lado).