Até não muito tempo, quase todos os produtos fabricados no Japão, inclusive os eletrônicos, gozavam de má fama: eram vistos como cópias sem qualidade de produtos feitos em outros países.
Em 1954 as coisas começaram a mudar: a Sony, que naquela época chamava-se Tokyo Tsushin Kogyo negociou com a Western Electric e com os Bell Laboratories e obteve licença para produzir rádios transistorizados no Japão. No final desse mesmo ano, a parceria formada pea Texas Instruments e pela Industrial Development Engineering Associates (I.D.E.A.) lançara nos Estados Unidos o TR-1, o primeiro rádio transistorizado a ser comercializado, que no entanto não obteve sucesso.
Em um processo baseado em tentativa e erro, que durou um ano, a Sony lançou o seu primeiro produto desse tipo, o TR-55, com cinco transistores, que tinha como principal apelo de vendas, a portabilidade. Media 89 x 140 x 38.5 mm e peças publicitárias diziam a respeito dele: “Os dias de rádios a válvula terminaram. Por que não fazer uma mudança em seu lar? O seu rádio transistorizado pode te acompanhar aonde você for”. Além de pequeno, seu design era bastante avançado para a época: diziam que sua parte frontal era baseada no painel dos automóveis Lincoln, fabricados pela Ford e que desde naquela época eram os concorrentes dos Cadillacs em termos de luxo.
Mas além da portabilidade, era barato, útil e, acima de tudo, confiável, tendo contribuido muito para mudar a imagem dos produtos japoneses; rápidamente novos modelos, aperfeiçoados a partir do TR-55, começaram a ser vendidos em todo o mundo.
O TR-55 serviu de base para quase todos os dispositivos portáteis que usamos hoje - seu sucesso contribuiu decisivamente para que os transistores passassem a ser utilizados em equipamento eletronico de uso pessoal e doméstico, abrindo caminho para as TVs LCD, smartphones, tablets e todos os gadgets que já utilizamos e em que em breve passaremos a utilizar.
Para encerrar, um vídeo mostrando alguns detalhes do TR-55: