Kill Switches (KS) são dispositivos de
software que permitem ao usuário desativar definitivamente um celular; a ideia é utiliza-los para
inutilizar celulares roubados, desestimulando assim esses roubos.
Organizações que representam os usuários,
o poder público e fabricantes , entre eles a Samsung, vem discutindo a
incorporação desses dispositivos aos celulares, mas as operadoras americanas (AT&T,
Verizon Wireless, T-Mobile, Sprint e outras) são contrárias à ideia.
George Gascón, District Attorney de San
Francisco, disse ter e-mails comprovando que a posição das operadoras decorre
de sua preocupação com a queda de lucros, já que em seus planos quase sempre
estão embutidos seguros (muito rentáveis para as operadoras ) contra perda e
roubo dos aparelhos, que não seriam contratados por boa parte dos usuários caso
a instalação dos KS desestimulasse os roubos e furtos.
O problema tende a ganhar novas
dimensões, já que o mercado segue crescendo: em 2012 o valor dos celulares
vendidos nos Estados Unidos atingiu US$ 69 bilhões - os roubos e furtos desses equipamentos segue
no mesmo sentido: 1,6 milhões de celulares em 2012, representando entre 20 e
40% dos crimes nas grandes cidades. A situação chegou a tal ponto que a polícia
de Nova Iorque criou a expressão “Apple picking” para
designar esse tipo de crime - algo como
“colheita de maçãs”, brincando com a marca Apple. Muitas
dessas máquinas roubadas acabam por ser vendidas no exterior; cabe lembrar que
esses roubos podem gerar ferimentos e mesmo mortes.
Ao se posicionar contra os KS, as
operadoras invocam razões de segurança, afirmando que hackers poderiam
acessar os celulares usados por
policiais e por funcionários do Departamento de Defesa, embora muito
provavelmente as causas desse posicionamento sejam mesmo de natureza econômica.